quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Tempo

A obrigatoriedade de dominar o tempo

Ter a possibilidade de ser dono do seu próprio tempo é não só uma questão de sanidade mental mas principalmente uma questão de Liberdade .
Desde a invenção do mecanismo para cronometrar o intervalo entre momentos, que o tempo passou a ser mais um instrumento limitador da liberdade individual e também limitador da capacidade de pensar livremente as questões filosóficas,religiosas e artísticas.A atividade do homem primitivo era regulada pelo dia e pela noite,tudo era perfeito,tudo tinha o seu tempo e seu lugar se conheciam os limites o mundo era finito e assim foi por séculos,o tempo era qualitativo não quantitativo,não havia necessidade de pressa tudo parecia estar pré definido a harmonia era total o tempo era de felicidade e a contemplação era possível.
Com o advento da industrialização e o aparecimento da energia eléctrica o dia não mais tinha metade claro metade escuro,era possível trabalhar á noite e aí o tempo passou a ser quantitativo.
Com o aparecimento do capitalismo tudo é subvertido.A capacidade de produzir em massa e a evolução tecnológica demonstram que afinal aquilo que se entendia como vida não tinha mais os limites que até então se julgavam,o infinito passou a ser a não fronteira.
O tempo passou a ter outro significado ele era mais um não tempo pois era necessário trabalhar para produzir para poder consumir e para poder consumir era preciso trabalhar.
O trabalho sem sentido passou a alienar.
O ser humano depois da saída do útero materno vive até ao final da sua vida numa extrema insatisfação procurando aquela harmonia e calma uterina,e mais uma vez o capitalismo e a sociedade de consumo por ele criada se aproveita dessa fraqueza para evitar que o Homem contemporâneo não tenha necessidade nem tempo para pensar,tudo lhe é oferecido,todos os desejos são satisfeitos,é só comprar e para isso é necessário trabalhar e então falta tempo.Falta tempo para refletir,para pensar as questões mais subjectivas da existência Humana.O pensamento passa a ser eminentemente pragmático porque o capitalismo e a ciência, como factores determinantes do comportamento das sociedade modernas também o são.Acho necessário e urgente que a política encontre a sua natural independência perante a economia ou jamais sairemos deste universo alienado em que nos encontramos,

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